Fui na 25 de Março esses dias e voltei com alguns produtinhos de
make baratex (todos serão devidamente experimentados e resenhados em posts
próprios nos próximos dias/semanas). Eu sei que esse será um post meio
controverso porque muita gente torce o nariz para esse tipo de compra – me incluo
nesse grupo – mas o que eu quero tentar trazer aqui é um sentido para que ela
esteja cada vez mais frequente no dia a dia das pessoas.
Fui à 25 de Março para outra função, mas – quem não é de São
Paulo talvez não saiba -, o lugar está lotado de lojas de bijuteria e a maioria
delas conta com um setor de maquiagem no fundão. São marcas conhecidas, como
Ruby Rose, Fenzza, Luisance e marcas que nunca ouvi falar, como Playboy, Yuisa,
dentre outras. E essas lojas estavam absolutamente apinhadas de mulheres se
matando para comprar essas makes. Veja que havia produtos por R$ 2,00 e também
havia produtos de mais de R$ 40,00. Vi muitas palettas e lápis bonitos, mas
também vi muita coisa que parecia bem ruinzinha só de olhar.
Uma coisa que me chamou muito a atenção é que muitos dos
produtos que estavam em exposição estavam quebrados – isso os que conseguíamos
ver – e outros estavam com a embalagem violada e tal. Digo isso porque esse é o
tipo de coisa que me “brocha” na hora de comprar maquiagem. Vocês bem sabem que
eu prezo muito por uma boa embalagem. E muito produto tinha cheiro forte de
química – medo!! No mais, eu acabei trazendo comigo pra casa alguns produtos
para testar e ver qual é. Eu realmente queria entender o porquê aquela
mulherada estava tão enlouquecida.
Antes de mais nada, eu dei uma checada na internet e no Youtube
e sabia que alguns produtos estavam bombando – principalmente o corretivo e a
base da Ruby Rose. Trouxe ambos comigo e eles serão devidamente resenhados em
posts próprios, sendo que o do corretivo já chega nessa semana. O que eu notei,
primeiramente, é que dos produtos que eu comprei, os da Ruby Rose, apesar de
virem da China, têm uma marca brasileira por trás, a Nelida do Brasil, que
garante sua qualidade e nos traz uma série de informações. Vocês vão ver melhor
nos posts resenha, mas tanto o blush quanto a base e os corretivos têm
validade, composição, quantidade e todas as demais exigências que a Anvisa e o
CDC pleiteiam.
Já os lápis da Luisance e da Yusa não trazem esse cuidado todo.
O da Luisance, por exemplo, traz em sua embalagem apenas a quantidade e a
validade. Os lápis da Yusa trazem o peso e a composição. Eu acho que o fato de
ter uma marca brazuka por traz, pode não significar muita coisa, mas me traz
uma segurança maior na hora de aplicar esse produto no meu rosto. Me sinto
muito mais segura com o uso dos produtos Ruby Rose do que com os outros. Mas,
se eu for considerar a quantidade de gente se apinhando na loja naquele dia e
levando de tudo um pouco, concluo que o brasileiro sequer lê a embalagem do
produto e, portanto, não deve levar em consideração esse tipo de coisa antes de
comprar uma maquiagem baratex.
O segundo ponto é que, vou dizer, achei a qualidade de todos
esses produtos adquiridos muito boa, em especial os da Ruby Rose. Não sei a
longo prazo, não sei se minha pele vai ficar horrorosa, se vou ter uma alergia
ou algo do tipo, mas posso dizer que a princípio, estou muito satisfeita. Eu
vou dizer que havia sombras por lá que deixam a Urban Decay no chinelo! Não vou
dizer que a partir de hoje comprarei apenas produtos de make na 25 de Março e
dane-se a origem, a composição, etc... mas o que eu quero dizer é que SIM,
temos um produto de qualidade no mercado competindo com produtos nacionais e
com outros produtos estrangeiros mais conhecidos (MAC, Chanel, etc).
O terceiro ponto, pelo menos pra mim, é o que mais pega. Gente,
esses produtos que eu estou mostrando nesse post – foto lá em cima – são muuuuito
baratos. Vejam que com pouco mais de R$ 40,00 eu comprei 7 produtos, sendo que
alguns deles eram base e corretivos, que costumam ser bem caros por aqui. Pensem
numa base nacional, da Tracta, por exemplo. Você não acha para vender por menos
de R$ 30,00! Ou seja, os preços são absurdamente competitivos. Já vi meninas na
Internet que compraram make completa na 25 de março por R$ 30,00!
Sabemos que matéria prima não é barata e sabemos que os impostos
praticados aqui no Brasil também não são suaves. E essas makes, pelo menos as
que têm uma empresa brasileira por traz, têm incidência de impostos. Daí que, é
obvio que não existe milagre e nessa conta toda, quem sai perdendo é o
trabalhador lá na China. Não posso afirmar com toda certeza porque estou do
outro lado do mundo e não fiz uma pesquisa sobre isso, mas eu tenho certeza
quase absoluta que a pessoa que produziu essa base maravilhosa que está no meu
organizador e no de tanta gente por aí, não recebeu uma remuneração justa.
E a conclusão que eu tiro disso tudo é que o povo, em geral, não
se preocupa com a origem do que está comprando e nem com a “qualidade” (eu
quero dizer composição) do produto, o que importa verdadeiramente é o preço. Se
funciona e se cabe no bolso, ok! E aí, a gente tem com julgar essas pessoas? Eu
acho difícil.
Entramos na balança dos escrúpulos x economia. Muito difícil
essa equação, não é mesmo? Acho que no final das contas, o povo quer mesmo é
consumir sem se sentir lesado, nem que isso venha a lesar o próximo, que está
lááá na China. A questão é que para muita gente – e eu estou dando o exemplo da
make, mas poderia ser um item mais essencial -, esse tipo de produto é a única
opção, é uma espécie de salvação para a sua condição financeira. É fácil para
uma pessoa como eu, que é privilegiada, julgar aquele que está lá na 25 de
Março se acabando nas makes de R$ 2,00!
A grana tá curta e ninguém está podendo
consumir Chanel, Dior... essa realidade não existe por aqui. E maquiagem
nacional, ainda que seja do tipo mais em conta como Vult, Avon, Tracta, dentre
outras, não é tão barata assim. E claro que dentro desse contexto, aliado ao
fato de os produtos baratex estarem apresentando cada vez melhor qualidade – a
pigmentação das sombras é assustadora!!! -, o povo está se direcionando para
esse caminho. E, honestamente, eu acho que tal situação deveria servir para
advertir os produtores nacionais e o próprio governo. É uma situação vigente!
E qual é a moral da história? Não sei. Eu
tenho coisas demais no meu organizador, muito mais do que eu preciso e, com a
minha situação financeira, não teria problemas em montar uma nécessaire só com
o essencial, contendo produtos realmente bons. Mas, a realidade brasileira é
outra. Muita gente não tem condições de comprar nada diferente do que está sendo
vendido na 25 de Março, e aí? Vale julgar o próximo? Não sei. Não sei mesmo!!!
Só sei que esses produtos adquiridos são realmente incríveis e não deixam nada
a desejar para os produtos de marcas bacanudas.
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