quinta-feira, 6 de outubro de 2016

LIVRO - A LETRA ESCARLATE

Hum, grande clássico da literatura, considerado um dos livros mais bem escritos até hoje. Eu comprei essa versão pequena, mas ela contém texto completo, um compilado sobre quem foi o autor, Nathaniel Hawthorne e, no final, um resumo da história em linguagem mais acessível. Para ser honesta, eu achei que eu fosse encontrar um livro interessante, porém enfadonho, pesado, como a grande e eterna pedra no meu sapato: A Montanha Mágica de Thomas Mann. Mas na verdade, eu tive uma grata surpresa, a leitura é bastante gostosinha.

Antes de mais nada, quero situá-los do seguinte: o autor viveu na primeira metade do século XIX e a história do livro se passa no século anterior, na cidade de Salem, colonizada por britânicos puritanos e cheios de dogmas arcaicos. Nathaniel é neto (bisneto?) de um dos juízes que condenou as bruxas em seu período e, ao contrário de seu antepassado, acredita na redenção, acredita que os pecados possam ser esquecidos e que as pessoas possam ser perdoadas. Por isso a personagem principal do livro, a pecadora, é vista com um certo carinho e o autor considera as circunstâncias em que ela vive e as pessoas ao seu redor antes de colocá-la sob julgamento. 

Pois bem. Hester Prynne é uma moça casada, mas há anos não tem contato nem notícias de seu marido. Ela sequer sabe se ele está vivo ou morto. Só que ela vive em Salem, cidade super puritana, e um belo dia ela simplesmente aparece grávida. Tal situação é o suficiente para que ela seja condenada por adultério e a pena: o desprezo da população e a letra A em escarlate bordada em seu peito. Esse é o símbolo de seu erro, de seu pecado e a prova de que ele nunca será esquecido. Só que a criança cresce, seu marido aparece, bem como o amante e esses personagens vão se relacionando ao longo do livro. 

A história é bem interessante e serve pra gente ter uma idéia de como funcionavam as coisas naquela época. E o mais legal é ver como o próprio autor, que nasceu no século seguinte, achava essa situação toda bastante absurda e arcaica. Mas, o que mais me encantou no livro, escrito por um homem, lembrando, é que a personagem principal, Hester Prynn, é muito forte e ela não se abala com a pena que lhe foi imposta, com o suposto exílio da sociedade e com os olhares alheios, ela apenas vive a sua vida e cuida de sua filha. Já o amante é um serzinho absolutamente fraco e apesar de a população sequer ter noção de que é ele o culpado de tudo, a culpa que o acomete o deixa louco e doente e ele simplesmente não consegue levar a situação adiante. Eu realmente achei essa a parte mais curiosa e interessante do livro. 

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